quarta-feira, 27 de junho de 2007

Então começava mais um dia para ela.Era tão bonito seu modo de dormir e tão triste seus olhos quando estavam abertos.Ela acordava como se estivesse indo participar de um pesadelo.Passava com suavidade sobre o lado direito da cama com sua pequena mão - já não havia mais ninguém ali faz tempo.Eu assistia todos aqueles movimentos e os seus olhos inchados, vi todas as lágrimas derramadas nas noites desse "tempo".
Com muita fraqueza, ela se propunha obrigatoriamente a se despir e tomar banho, enxugar-se e se vestir novamente num ar frio batendo sua pele morta (na verdade, para ela sempre estava frio).Descia, ia até a garagem, analisava por alguns minutos o banco do motorista, uma lágrima caía do seu rosto. Eu queria tanto ajudá-la, não precisar levar essa triste moça tão brevemente...
Era assim todo esse "tempo", e pior era à noite.Ela deitava naquela cama de lembranças, acompanhada duma garrafa daquele bom uísque, pois logo estaria presa num mar de seu próprio choro.Adormecia.
Mas foi numa noite que a moça faria tudo diferente.Ela decidiu ir atrás da metade do seu cérebro, da metade do seu coração, da metade do seu ar.E saiu apressada até ao restaurante que todas essa metades, nas quartas-feiras, estavam.Foi a pior coisa que ela faria.As metades estavam lá, alegres, juntamente com as outras metades.A moça nãos abia como agir.Bêbada e insana, ela saiu por aí andando.Foi quando na sua "distração", peguei em sua mão fortemente e o carro bateu de jeito brusco nas costas dela.
Pronto.Enfim ela estava libre daquela rotina, daquelas lágrimas, daquele sofrimento.
____________ Aqui jaz a moça triste*
Na minha terra tem ladrão
Onde morrem os que não sabem se calar
Vestem-se de terno e viajam para Milão
E se esquecem do imposto para pagar



Simples, porco, mas é a realidade.

domingo, 24 de junho de 2007

O Abrigo

Há uma nuvem negra sobre minha cabeça e ela sempre insiste em fazer chover.Eu deveria procurar fugir dela, porém algo acaba me impedindo.
De repente, eu encontro um refúgio, um abrigo melhor que um guarda-chuva; e apesar de ainda cair alguns pingos em mim, foi a única coisa que me deixou segura e realmente abrigada, fazendo-me não ter medo de enfrentar a chuva e de sorrir mesmo quando não fizer Sol.
Eu queria estar sempre nesse abrigo...

terça-feira, 19 de junho de 2007

Sem título por não ter o que colocar

Faz bom tempo que deixei de ser
Eu
Não me faço por merecer
Um lado bom meu
Confesso que culpo a miopia
Mas somente por não ter o que culpar
Sinceramente, se não fosse esse olhar
meu Deus, o que me tornaria?!
Tenho preguiça de gente
Tomo cerveja para fazê-la interessante
E vejo que se torna mais ignorante
Gabriel, acordar hoje foi deprimente!

Ora,ora é carnaval.

terça-feira, 12 de junho de 2007


- Vista-se , Catherine!Logo ele estará aqui.Vista-se decentemente!
- Mas, Dona Clemência, o que adianta se eu não o amo?
- E o que importa o amor entre tantos vestidos dos mais caros e belos que tu terás?
- Enxugaria as minhas lágrimas.

Jasmim


Desejo-me a ardência das velas, da chama
Queimar-me do cabelo à ponta do pé
Enojo-me do meu vômito de cana
Morte! Morte! Morte!
Já não me tenho mais em fé.

Vruuuumm!
O vento batia em mim
Apagava a ardência da chama das velas
E diziam todas aquelas pálidas donzelas:
- Tu não estás mais aqui!

Pobre Jasmim!